faz algum tempo que vi a sombra do seu rosto
ela me dizia:
caminhe devagar para não cair
e então eu comecei a dar passos cada vez menores
até desistir de andar.
quando olho para trás
penso que se eu pudesse te abraçar agora
nem que fosse por um mísero instante
eu voltaria a ter desejo de viver.
como os meus braços estão vazios
eu só sinto vontade de morrer
e as metáforas não me incomodam mais.
deve haver algum lugar no mundo
para gente funesta como eu.
as descobertas virão.
eu espero
eu preciso de um milagre