Em ti


Tentei deixar em ti minha pior marca. Busquei dar a ti meu sopro mais invólucro que pude, armei uma cilada em teu coração para não afogá-lo ao meu. Dei a ti toda minha condição hermética. Talvez tenha sido brasa demais para teu gelo inafiançável. As lembranças são filhos que a gente carrega para o resto da vida! E meu peito demasiado ferido amamenta o fiel lapso de realidade que ainda me sobra em ti. Em mim, enfim.

De poucas palavras

Eu continuo restrito a esse mundo ignóbil de mim mesmo. É pretensioso estar de pé sem saber que direção alçar. Eu vivo uma inconstância efêmera, assim espero. Meu lacre é inviolável: ou quero ou não quero. O que me sustenta neste alicerce precluso são meus olhos de gaivota dourada, que se não perdem o foco também não cedem às lágrimas. Sou homem de poucas palavras... Muitos sentimentos.