um texto sem revisão porque já estou tão cansado

em noites como as de hoje penso que devíamos organizar os papéis, limpar os vidros do carro e, de fato, pegarmos estrada. não tenho coragem. falta em mim a virilidade dos 17 anos (é uma pena que o número tenha se tornado um estorvo para o país, porque foi a idade na qual o meu mundo virou de cabeça para baixo- o que, ao final das contas, faz muito sentido).

são em noites como as de hoje que tenho maior dificuldade para dormir. as lembranças não ficam escassas e eu sei exatamente qual é o cheiro e o sabor do passado, mas, veja, algo em mim me impede de voltar a este lugar escuro e ao mesmo tempo florido que guardo em meu peito. 

escrevo porque sei que o meu espaço no mundo é tão pequeno que não faz diferença se decido usar a palavra sigaho e não cigarro. fumar já perdi o hábito. a bebida também está ausente da minha vida há alguns meses. você deve estar rindo e sem entender como consegui sobreviver meses sem as drogas. eu, de cá, estou rindo porque me rendi à droga do açúcar e o meu corpo sentiu a diferença. 

não sei expressar como me sinto em relação a tudo que está acontecendo. 

não me ensinaram a sentir o que estou sentindo. é tudo tão vago quando vejo a partir dos meus olhos. 

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