Afogamento



É como se em mim não residisse outra coisa, embora o furor esverdeado do seu nome me persiga em pensamentos. O que fazer com esses olhos? As dores e as cores que desconheço todas nesse invólucro paraíso que me estilhaça ao chão enquanto eu chamo o seu nome. Não o busco- porém, suscito. Reverbero o pensamento para não atolar de ilusões o coração já cicatrizado. Eu não me obrigo ao toque, porque em verdade já existe a minha pequena, e eu sofro. Por que seria diferente? Resvalo pelo mundo afora apenas durante o tempo que dura o seu sono intermitente. O sonho entrecortado pelos laços de realidade que não são eu. O mundo inteiro sou eu. Mas para o seu condado mítico o que resta é pueril demais, banal demais para inexistir: a vida é um fado que me resseca enquanto eu transbordo.

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